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THALITA CAETANA

Curso de Maquete Didática

 

INTRODUÇÃO:

Maquete é um modelo em escala reduzida de uma obra ou projeto dearquitetura, design, engenharia, topografia, cenografia etc. Pode ser usada como esboço ou peça de estudo destes projetos, ou para sua apresentação e divulgação. Em casos mais raros, a maquete pode ser também um modelo ampliado.A quantidade de detalhes, o tipo de material utilizado e as dimensões de trabalho serão escolhidos de acordo com o objetivo ou finalidade da maquete. Maquetes para apresentações profissionais ou exposições comemorativas são normalmente feitas com material mais durável e de melhor qualidade e impacto visual, com o máximo de detalhamento a fim de que se aproximem o mais possível do real. Já as maquetes de estudo são feitas com materiais mais fáceis de manusear, e , em geral, mais baratos.É importante lembrar que assim como na elaboração de projetos, aprodução de uma maquete também obedece a determinantes artísticos. A escolha do grau de detalhamento, dos materiais, cores e texturas, tanto podem obedecer à realidade do projeto quanto contrariá-lo.Com esta apostila pretendo apresentar alguns conhecimentos básicospara que o iniciante possa desenvolver seus primeiros modelos de (maquete didática), que se diferem da maquete profissional principalmente pelo tipo de material utilizado.Os conhecimentos prévios em cada área de atuação têm destacadaimportância para que o produto final seja relevante e valorize o projeto.Os exemplos e a própria organização da apostila estão voltados para a área de edificações e arquitetura, mas podem ser aplicados a diferentes áreas.

 

TIPOS DE MAQUETES

 

As maquetes podem ser de vários tipos, conforme o que visamrepresentar:

MAQUETES TOPOGRÁFICAS: representam terrenos, loteamentos ouprojetos paisagísticos.

MAQUETES DE EDIFICAÇÕES: representam uma ou mais estruturasconstruídas, de exterior ou interior, com grau variado de detalhamento.Podem ainda ser de elementos ou projetos urbanos.

MAQUETES ESPECÍFICAS: representam elementos de alguma áreaespecífica, como design, projeto de equipamentos, mobiliário, objetosetc.Quanto ao seu propósito, as maquetes podem ser ainda:

MAQUETES DE ESTUDO: executadas no início ou durante o processo decriação do projeto. Servem de auxílio para definição de formas, facilidade de execução ou mesmo viabilidade do projeto.

MAQUETES DE EXECUÇÃO: de uso mais restrito, servem para estudo ouesclarecimento de algum elemento ou processo específico que pode vir a causar dificuldades na execução do projeto.

MAQUETES DE APRESENTAÇÃO: para uso em concorrências, ou nacomercialização de um projeto.

MAQUETES PARA EXPOSIÇÃO: representam edificações históricas ou comrelevante significado artístico ou social; assim como, em outras áreas, projetos de significativa importância (como uma oleoduto, umaplataforma de petróleo etc.). os materiais utilizados são mais nobres,duráveis e resistentes. 

 

ESCALA DE TRABALHO

 

escolha da escala depende da finalidade da maquete, do grau dedetalhamento desejado e, mesmo, do tempo disponível. Formas paisagísticas ou de implantação (jardins, praças,loteamentos, condomínios): de 1/100 até 1/5000.Unidade ou conjunto arquitetônico: de 1/200 (pouco detalhada)até 1/50.Interiores e cenografia: 1/10 até 1/50.Design, estudo de produto, protótipos, objetos de arte: de 1/1até 1/10.Embora as escalas mais comumente usadas sejam aquelas recomendadas pela ABNT . como as citadas acima -, não se deve desprezar outras escalas para casos específicos.Em ordem de decrescente de tamanho, têm-se as escalas:1/10, 1/12.5, 1/15, 1/20, 1/25, 1/331/3 (ou 3/100), 1/40, 1/50, 1/75etc.Os protótipos podem mesmo ser construídos na escala real, 1/1,dependendo de sua finalidade.

 

 

FASES DE DESENVOLVIMENTO

 

Tendo escolhido a escala de trabalho, o desenvolvimento da maquete será feito em diversas fases, que podem variar, dependendo do tipo de maquete que se deseja representar. O projeto Antes de dar início à maquete é necessário ter disponíveis desenhosrelativos ao projeto. Caso estes desenhos não estejam prontos, ou estejam feitos em escala diferente, deve-se reservar um tempo para sua execução na escala correta. Abaixo estão descritos diferentes desenhos referentes à maquete de arquitetura ou engenharia. Nas demais áreas, deve-se adaptar os desenhos de acordo com a necessidade.

 

Planta baixa: desenho das paredes de contorno (fachadas) e dasparedes internas quando necessário.

 

Planta de localização ou de situação: posição da construção noterreno, piscina, edículas, jardins, localização de rios, curvas de nível,lagos etc.

 

Fachada: desenho das paredes externas da construção, com arepresentação de aberturas e recortes, assim como a inclinação dacobertura quando necessário.

 

Planta de cobertura: representação do telhado, terraço, chaminés, eoutros detalhes.Caso o interior da edificação seja visível na maquete, pode-se aindaexecutar os desenhos.

 

Cortes: na quantidade e posicionamento que for necessário.

 

Elevações: vistas das paredes internas, com representação deaberturas e indicação de revestimento.Para maquetes que visem representar apenas interiores, será necessário ainda o desenho ou a medida do mobiliário, luminárias e outros detalhes.

 

Planificação

 

A planificação é a fase em que as partes componentes da maquete são desenhadas ou riscadas no material base, formando a estrutura da maquete.Ou seja, são marcadas sobre o papel cartão, isopor ou a madeira, asparedes com suas aberturas, as águas do telhado, as lajes de piso, de entrepiso e forro, os pilares etc.A planificação dos detalhes (mobiliário, pequenos detalhes construtivos) pode ser feita numa fase posterior, em separado.

 

Corte

 

Após a planificação é feito o corte das partes. É importante verificar aprecisão das medidas antes de cortar, para não desperdiçar tempo ematerial.O corte deve ser feito sobre uma superfície dura e firme, como vidro oubancadas de madeira. No caso da maquete feita em madeira, o corte pode ser feito diretamente na bancada de uma serra circular, se disponível, com serras manuais ou mesmo estilete, no caso da balsa (tipo de madeira macia fácil de trabalhar). Para o corte de peças maiores, recomenda-se fixar com grampos ou braçadeiras.O material cortado pode ser marcado (nomeando paredes, elementos do telhado etc.) para facilitar a fase posterior de montagem. Recomenda-se guardar partes menores em caixas ou sacos plásticos.

 

Montagem e acabamentos parciais.

 

Algumas partes da maquete podem ser unidas previamente para depois serem unidas à estrutura maior, como a construção, o terreno, as edículas,mobiliários etc.Em alguns casos deve ser feita a pintura ou o revestimento final da peça antes da montagem, mas apenas se sua posição depois de colada impossibilitar o perfeito acabamento.

 

Montagem e acabamento final

 

Na montagem final são unidas todas as partes da maquete, e esta écolocada sobre uma base. Esta base pode ser parte da maquete, como um terreno ajardinado, por exemplo, ou pode servir apenas de moldura para a mesma, desta forma será pintada ou revestida em cor neutra apenas para compor o conjunto.A base deve ser firme e, de preferência, não muito pesada a fim de facilitar o transporte. 

 

DESENVOLVIMENTO DA MAQUETE

 

Neste item serão abordados alguns aspectos da construção de umamaquete, de acordo com cada fase de execução. Planificação e CorteParedes (estrutura):Nesta fase, a marcação das medidas deve ser feita de modo a compensar a diferença entre a espessura do material de trabalho (papel ou madeira) e a medida real da parede na escala correta.Por exemplo, usando o cartão Paraná de 2 mm de espessura, pode-sesimular a espessura de uma parede de 0.15 m na escala 1/50, que vale na verdade 3 mm. Esta diferença será desprezível ao final, depois do revestimento, mas se não for compensada, o contorno da edificação pode não fechar, ou as paredes internas podem ficar com alguns milímetros a mais ou a menos. EXEMPLO: na figura, o comprimento da parede externa (1) é de 10.00 m, a paredeinterna (2) então mede 9.70 m, descontando 0.15 m de cada parede lateral (3). Mas se a espessura do cartão é apenas de 2 mm (corresponde a 0.10 m na escala 1/50), a parede interna deve ser recortada com 9.80 m para encaixar corretamente.

O mesmo raciocínio deve ser usado na marcação de paredes que separam compartimentos de diferentes níveis, como as paredes externas, por exemplo, ou aquelas que servem a mais de um pavimento.

 

Lajes de piso e teto:

 

A medida das lajes pode ser marcada pelo contorno interno ou externo dasparedes. No caso de lajes intermediárias entre dois pavimentos, érecomendável usar o contorno interno, para que não apareçam na fachada.A laje do 1º piso pode ser feita pelo contorno externo, para servir de apoio às paredes e facilitar a montagem.A decisão sobre as medidas usadas depende do tipo de maquete que se está construindo.

 

Revestimento:

 

Na planificação dos revestimentos deve-se primeiro ter a base (estrutura) cortada para que se possa verificar as medidas e compensar algum possível erro de corte ou medição. Devem ser deixadas sobras para permitir a colagem e o arremate dos revestimentos.Na parte de montagem, mais à frente, serão abordados os diferentes tipos de revestimento.

 

Telhado:

 

OBSERVAÇÃO: esta parte de execução da maquete é um pouco longa e, talvez, um tanto complexa para quem não tem conhecimentos de representação de telhados. Assim, deve-se procurar auxílio para sua execução. Para aqueles, no entanto, que conhecem desenho ou geometria descritiva, a explicação dada nas próximas páginas deve ser suficiente.O telhado será desenhado levando em conta as distorções de medida. A planta de cobertura e as fachadas não apresentam todas as águas em verdadeira grandeza (V.G.), estas devem ser desenhadas separadamente.[VER FIGURAS]

 

 

 

Para desenhar as águas (superfícies) do telhado é preciso conhecer suas medidas reais, que são representadas nos desenhos como:― Cobertura: apenas os beirais e as cumeeiras estão em V.G.― Fachadas: alguns beirais e algumas cumeeiras que aparecem emcada fachada, e a altura da cumeeira estão em V.G.

 

OBSERVAÇÃO: nas fachadas, os espigões e rincões não estão em V.G., mas ocomprimento com que aparecem corresponde à altura da água do telhado em V.G.

 

 

Para desenhar a água triangular, por exemplo, basta desenhar umtriângulo isósceles da seguinte forma:

 

1. marcar a largura da água (beiral).

2. a partir do meio deste lado (M), marcar a altura da água.

3. ligar os três pontos como na figura.

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